segunda-feira, 30 de março de 2009

pescoço e garganta

"turbulence" do jalla forma com a canção-gémea "buss it" por perempay & dee o par perfeito para incendiar a pista em formato funky. partlhando uma afinidade comum pelo lado mais potenciador de hype do género sem que isso implique um desvio para territórios mais confrontacionais, não deixa de descartar o sentimento romântico / cândido / sexual mais usual da cena ("burnin`" do lil silva anda próxima, mas é mais descaradamente grimey). a primeira filtra a toada lounge/dubby do sample central com um sintetizador irrequieto para desaguar numa melodia reminiscente de "township funk", amplificada pelo template de baixo em modo ascendente/descendente da house mais hipster. "buss it" é um banger absolutamente épico com os sintetizadores mais grandiosos desde "seasons" a epitomizarem uma ligeira fixação dancehall que lhe confere todo o calor que tendencialmente se poderia desvanecer no meio do turbilhão. o sample enfatiza o lado explosivo. se os habituais detratores (dubstep e quejandos) se ficarem pelos comumente aceites roska e apple o problema só poderá residir numa enorme falta de bom senso. e não, não quero conhecer essas pessoas.
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no capítulo das vocalizações "in the morning" de fuzzy logic é o melhor exemplo de uma verdadeira canção desde a clássica "do you mind" (ou talvez, "as i" do geeneus). o que poderia supor resultados comercialmente viáveis*. "daydream" dos mesmos crazy cousinz poderá estar próxima, mas ainda não a ouvi completa, pelo que uma opinião não será fidedigna. gosto do modo como a batida básica compete com as melodias midi/fruity loops por um som completamente ausente de reverb. impede a instrumentação requintada de absorver a prestação quente da egypt, sem com isso resvalar para uma flatness inócua. uma audição atenta compele a deliciosos pormenores, como a melodia etérea estranhamente devedora dos policiais tipicamente 80`s (vigília da noite et al) que aparece para o final.
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*"do you mind" merecia melhor sorte, mas tanto o pouco esforço investido no vídeo (apesar de valores de produção atípicos no género) como uma falta de timing tremenda para o lançamento oficial faziam antever o fracasso comercial.
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