sábado, 24 de maio de 2008

São serrilhas


O Skream acordou. Para bem dele e de todos. "Love Don't Come Easily" tem mais de significado intelectual do que musical. Tem mais encanto na forma e no espírito que terá servido de motivação do que no conteúdo. Sem contextualização e sem nos lembrarmos das coisas que ele fez até hoje, não é original, não enriquece, é apenas um conjunto de colagens. O ritmo minimal é típico das produções do Loefah, os subgraves criam a ideia de isolamento para oração mental de que o Kode9 tanto gosta. A surpresa surge concretamente no choque entre a faixa e o passado. Uma pergunta legítima lançada há uns meses num tópico de um fórum: "How come people who hate wobbly dnb seem to love the same shit at 70bpm?". O título era certeiro: "crappy cheesy wobbly dubstep". Os argumentos nos comentários apontavam, não tanto para o caso particular da pergunta, mas para algo genérico: os wobbles criam a sensação de repetição, aborrecem e, depois de muito utilizados, não se distinguem entre si. É um labirinto que começa numa casa de chocolates para cativar. É a morte certa. O Skream percebeu isso. Depois de produções tão inúteis como "Fick", "Kinky" ou "Filth", todas elas segundo a lógica superficial das raves, eis algo sério, interessante. O Martin Clark deve estar feliz. Eu estou.

1 comentário:

a.m.o.r. disse...

nao tenho som mas queria ouvir :'(