apenas três momentos em soulfood vol. 3 me fazem ponderar se irei ouvir algum(a) albúm/mixtape este ano que supere tantas expectativas em torno do novo santo graal do grime*: as presenças do little d (que mesmo assim são incapazes de destruir "full of shit" e "i`ll do me"), um inusitado diss ao flowdan, que acaba por desvirtuar uma óptima produção do brain e dois minutos a mais numa "the bits" que, não padecesse deste hábito algo irritante seria mais valiosa do que freedom of speech na sua totalidade. está longe de ser mau, apenas me parece impossível ouvir tanta descarga de violência gratuita (e o ghetto próximo da apoplexia) durante cerca de uma hora. mas todos parecem estar muito satisfeitos, por isso o problema será certamente meu**.
*a não ser que born blessed seja mesmo lançado
**qual a necessidade de um spoken word lo-fi anexado a "the mountain", que é a par de "darkside freestyle" a melhor malha da mixtape?
imune ao falatório, o enorme killa p lança um killer instinct mais do que satisfatório (o que para as qualidades do mc terá necessariamente de ser mais do que the truth mostrou ser***). apesar dos desnecessários radio rips de qualidade duvidosa, e da pouca novidade contida (grande parte dos temas já eram conhecidos), ter "body bag" (aquilo que tão bem serviu o busy signal torna-se na melhor produção do skepta desde "in a corner"), "ganja", "war with me" ou "on the road" no mesmo disco só pode ser sinal que o lugar numa futura hall of fame do grime está mais do que assegurado.
.
.
***o riko não deixa de ser estimulante, mas não tem a capacidade hercúlea de aguentar consistentemente um álbum duplo.
Sem comentários:
Enviar um comentário